5 de julho de 2013

Conto: Perseguido por um assassino...




                         Acordo e olho para a única coisa que brilhava uma hora daquelas, o relógio, ainda eram apenas 3:00 da madrugada, eram um  dia de semana e então não compreendi o por que da insônia que me abateu, meus olhos aos poucos começam a se adaptar a escuridão, enquanto permaneço imóvel, pensando em como teria de trabalhar daqui a algumas horas, o que destrói aos poucos o sono que eu ainda tinha... Eu morava sozinho, por tanto tudo permanecia mais obscuro do que realmente era, mas não importava, caso algo acontecesse saberia da presença dos meus vizinhos...
                       Ouço batidas na porta lá de baixo, tento ignorar mas a pessoa parecia insistente, até que de tanta raiva jogo água no rosto e desço, quem estaria lá a uma hora dessas ? Nem as crianças dos vizinhos estariam acordadas para me incomodar, então suponho que é importante. Ao descer olho pelo canto da janela, para meu alívio é apenas um policial que estava lá, o que aos poucos começa a se tornar estranho... por que um policial me incomodaria uma hora daquelas ? Só podia ser notícia ruim, meus temores se cumpriram assim que abri a porta principal, o policial foi logo dizendo:
_Temos de entrar e trancar a casa toda...
                       Ele disse tudo muito rápido sem se explicar, eu dei uma boa olhada em sua roupa, uma roupa simples de policial, mas sua face guardava algo, uma cicatriz em cima da sobrancelha, seus olhos eram castanhos escuros, e seu cabelo era muito curto, ele repetiu:
_Temos de entrar agora...
                       Perguntei sem entender nada:
_Por que ? O que aconteceu ?
                       Ele respondeu me empurrando para dentro:
_Peguei o turno da madrugada e fiz minha rota por essa vizinhança - ele parou e fechou as portas, e continuou falando - você já soube de alguns assassinatos aqui perto não é ?
_Oh sim, tanto que andei meio assustado...
_Então... vi um cara andando em volta da casa, e notei, fizeram um retrato falado dele de uma das vítimas que o viu, e realmente, era o cara...
_Então temos de sair, temos de ir a delegacia, temos...
_Não é um pouco arriscado, vamos fechar a casa e se ele desistir nós vamos...
                       Tranquei a porta, como era madrugada o resto da casa provavelmente estava fechada, exceto um lugar... o porão ! Eu não iria o trancar, podia ser uma rota de fuga para mim e para o policial... O policial me entregou seu único revolver e disse:
_Pegue, pode ser útil para alto defesa, eu peguei uma das facas da cozinha se não se importa...
                        Estava meio confuso e assustado, então disse:
_É... si-sim pode pegar a faca...
                       Ele se sentou na sala comigo e perguntou:
_Como é seu nome Jovem ?
_Guilherme... e o seu ?
_Meu nome é Augusto , trabalho em uma delegacia aqui perto, podemos ir lá quando tudo ficar mais calmo...
_Sim... você realmente me pegou de surpresa...
_Sim, tinha de agir logo...
_Errr... não seria melhor ligar para a policia ? Pode usar meu telefone mesmo, infelizmente não tenho nenhum celular...
                  Ele ficou um pouco pensativo, até que finalmente concordou, andou até o telefone e digitou o número da delegacia, eu estava longe então não deu para ver direito, após permanecer um tempo na linha ele disse:
_Não chama... o safado deve ter cortado a linha...
                 Eu logo disse:
_Não podemos ficar aqui... devemos sair daqui, não é seguro, tenho uma rota de fuga...
_Por onde se trancamos tudo ?
_Não tranquei o porão, era minha rota de fuga... ele é pouco escondido e a delegacia não é tão longe, podemos correr até lá...
                 Ele ficou evidentemente irritado e gritou:
_Está maluco ? E se ele tivesse entrado pelo portão ? Você colocou nós dois em risco...
_Sim, mas agora não podemos desperdiçar essa chance...
                Eu estava um pouco assustado, então corri até a entrada do porão enquanto ele gritava para eu parar que era extremamente arriscado, fui até a saída e corria crente que ele estava atrás de mim, mas ao chegar a delegacia ele não estava lá, ele não tinha me seguido ou tinha se perdido metade do caminho, então entrei e logo fui falando tudo o que aconteceu, mas os poucos que estavam trabalhando aquela hora mandaram eu sentar e trouxeram água para eu me acalmar, um deles foi logo perguntando:
_Qual era o nome do policial que estava com você ?
_Ele disse que o nome dele era Augusto, ele...
_Você poderia me dizer algo que me descreveria ele ?
_Bem ele tinha uma cicatriz pequena em cima da sobrancelha e...
               O policial se virou e entrou em sua sala, voltando poucos segundos depois com um desenho, ele perguntou:
_Se parecia com esse aqui ?
_Sim é ele, mas temos de voltar e pegar o assassino...
_Guilherme, isso é um retrato falado, feito por uma pessoa que viu o assassino...
_Mas...
_Nenhum policial de nome Augusto trabalha aqui...
_Mas ele estava me ajudando...
_Ele estava fazendo o contrário disso...
_Ainda não entendi...
_Guilherme, ele era o assassino !

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