6 de abril de 2013

Conto: Perdido entre o tempo

                            Depois de muito tempo volto a essa categoria de contos, na categoria contos só possui contos do nosso blog, que são originais, é proibido por algo que não é original seu nessa categoria, mas logo vamos a esse conto:


                 Faz uns dois anos apenas, tinha 22 anos estava no ultimo ano de minha faculdade, trabalhava a tarde e de noite tinha faculdade, sendo liberado sempre as 22: 30 da faculdade, onde demorava para mim chegar, afinal ela era longe, mas iria me garantir um bom futuro, sempre chegava as 1: 45 da madrugada em casa, dormiria muito, por isso só trabalhava de tarde, mas aquilo estava perfeito para mim, gostava de passar meu tempo no trabalho e faculdade, além de se cançar muito não tinha do que reclamar.
                 Mas um dia estava pegando meu terceiro metrô para casa ( sempre evitava andar de ônibus na minha cidade, eram muito lotados, fora que o trem por lá era novidade ) percebi que estava vazio, havia apenas um homem lá, ele lia calmamente um livro onde sua capa era toda vermelha e não possuía um título a vista, ele pareceu realmente bastante irritado ao me ver.
                   Ignorei todos os olhares que ele me lançava, parecia que ia fazer algo que eu não deveria saber,  eu continuei lendo minha revista de filmes, mas ele já estava me incomodando, queria tirar satisfação com ele mas não era nada bom importunar um estranho, mas ele se levantou na próxima parada e saiu, pode se perceber que era a parada dele, e a minha também, ao qual sai.
                   Ao canto do meu olho não deixei de perceber que ele descia a rua atrás de mim, seguindo até em casa, entrei e tranquei a porta, olhei pela janela e ele estava parado me olhando, com um ar ameaçador, era ruim de mais tudo aquilo, quando olhei os moveis presentes em minha casa eram diferentes, mas aquela casa era minha, eu sabia disso, caminhei até  o quarto dos meus pais, eles estavam dormindo, levantei um pouco o cobertor para ver seus rostos, mas tive um choque... aqueles não eram meus pais. Por um momento tive a impressão de ver os corpos ensanguentados de meus pais deitados, até mudar para algo permanente, um casal deitado sorrindo, felizes consigo mesmo.
                  Caminhei sem rumo pela casa, não tinha um lugar exato para onde planejava ir, mas todos aqueles móveis não eram meus, na geladeira cinza ( a minha era branca ) podia se ver a data marcada, era 2015, mas eu estava no ano de 2011 na época, isso era demais para mim, destranquei a porta e empurrando o homem fui para o metrô.
                   Enquanto corria pela rua o homem corria atrás de mim com seu livro embaixo do braço, a estação estava vazia e entrei no primeiro trem parado que vi, o homem entrou e se sentou, olhando com um sorriso macabro para mim, incomodado sai correndo, preferi estar naquela casa estranha que lá, com ele.
                   Mas ele não me seguiu, o que me tranquilizou, cheguei em casa andando ao invés de correr, a porta estava trancada, abri com a chave, mas naquele momento de desespero correndo não tinha deixado a porta aberta ? Todos aqueles móveis pareciam ser meus, fui a geladeira marcava no calendário o ano de 2011, suspirei aliviado, sorridente cheguei ao quarto dos meus pais, eles estavam vivos e dormiam tranquilamente, aquilo era muito bom.
                    Nunca descobri quem era o homem e o que ele fez, e ele nunca mais apareceu no metrô, mas no primeiro mês desse ano, meus pais morreram, não sei o motivo, mas estou muito triste por isso.                        

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